Prefeitura da Cidade do Rio de Janeiro e Secretaria Municipal de Cultura apresentam:

HT2015: Cenas em Casa – Atores e moradores de toda a cidade vivem o HT


Posted on June 12th, by admin in festival. No Comments

HT2015: Cenas em Casa – Atores e moradores de toda a cidade vivem o HT

HT2015

Por quatro dias várias casas da cidade do Rio de Janeiro receberam peças curtas de teatro, na terceira edição do Home Theatre – Festival Internacional de Cenas em Casas. A programação completa foi composta de 11 dias de atividades intensas. A primeira semana foi preenchida pela mostra Cenas em Casa, uma cena internacional convidada, além das mostras Competitiva e Plataforma.
Atores do Rio de Janeiro e de mais seis cidades do Brasil – Ipatinga, Olinda, Salvador, São Paulo, Recife e Belo Horizonte – foram selecionados pela curadoria do Festival, compondo o corpo de doze cenas que visitaram, ao todo, 30 casas do Rio. Entre bairros e favelas, ao todo treze locais diferentes receberam as cenas. Humaitá, Rocinha, Copacabana e Leme na Zona Sul, Cidade de Deus, Santa Cruz e Batan na Zona Oeste, Rio Comprido, Cantagalo, Borel, Pavuna na Zona Norte e Providência, Morro do Pinto, São Carlos no Centro, incluindo as casas do Consul Geral americano, Michael Yoder, e do secretário municipal de cultura, Marcelo Calero.

ATORES VIVEM O HOME THEATRE
Para os atores, que inscrevem suas cenas curtas, participar do Home Theatre é uma experiência única. Alguns dizem que já tiveram pesquisas e espetáculos realizados em espaços não convencionais, ou seja, fora dos palcos tradicionais. Outros dizem ainda que já se apresentaram em casas, em ocasiões de ocupações artísticas de propriedades abandonadas, por exemplo. Mas, para todos, montar um pequeno espetáculo para uma residência habitada não é algo comum de se fazer.

HT2015

“A minha escola sempre foi popular, não vinculada à caixa. Ver o sucesso do HT é a certeza de que o teatro não precisa de muito para existir. Só ator e público. E o público tem fome disso”, comenta o palhaço carioca Alexandre Hryhorczuk, que esteve na Rocinha e em Santa cruz com sua montagem “Senhor Palhaço”. Em Santa Cruz, na conversa com o público após a apresentação, surgiu uma pergunta às várias crianças presentes: “Quem aqui tinha medo de palhaço e perdeu o medo hoje?”, muitas levantaram as mãos.
Os atores percebem que fazem parte de um processo que, além de outras características, proporciona a formação de público em várias partes da cidade. Como comenta Alexandre, “…quando essas crianças começam a assistir desde cedo alguma coisa acontecendo na casa delas – e se isso continuar como política pública, como festival ou como festividade – isso passa a ser normal. Já será público formado.”
A atriz Lia Lordelo veio de Salvador para apresentar no Home sua cena “Mulher Gigante”, e esteve em casas do Morro do Pinto e da Pavuna. Lia comenta sobre a recepção do público e sobre o momento de discussão sobre a peça: “O que mais me chamou atenção na recepção das pessoas foi o respeito, a delicadeza e a curiosidade. Por terem relatado suas impressões (e suas sensações, acima de tudo); por terem feito perguntas, e chamado atenção para detalhes sobre os quais eu nunca tinha sido perguntada antes”.

MORADORES VIVEM O HOME THEATRE
O ato de abrir a própria casa, receber em sua sala da estar – ou outro cômodo – uma peça de teatro, convidar parentes e amigos para essa experiência é, sem dúvida, uma atitude encarada de maneiras diferentes por cada morador. Alguns tiveram receio e espanto a principio e se animaram depois, outros compraram a ideia já de início. Mas em ambos os casos, a receptividade é grande e a expectativa também.
Não são só os atores que reconhecem a importância de um espaço, não só de apresentação e fruição estética, mas também de discussão e confraternização após os pequenos espetáculos. “O teatro hoje está virando muito espetáculo e pouca reflexão. Então poder falar do que aquilo te provocou logo após à cena é ótimo. Olha o tanto que isso gerou aqui!”, comentou Erika Gavinho. A advogada assistiu em seu apartamento, no Leme (Zona Sul do Rio), “Calçolas” de Lisa Vietra. Em “Calçolas”, Lisa aborda questões de autonomia da mulher sobre suas escolhas e seu próprio corpo, na maior parte do tempo a atriz está nua em cena.

HT2015

Nelma Azeredo, que estava entre os convidados, observa que “quando você vai ao teatro, terminou a peça, você aplaudiu, você sai dali e vai trocar com amigos impressões. Não é? Aqui a gente vivenciou com essa menina o ‘pós-teatro’, o ‘pós-cena’ e ela se desnudou, sem tirar a roupa. Porque aí ela já não era mais a atriz, era só a Lisa”. Nelma confessa ainda que aceitou estar presente mais para “contemplar o convite, estar com pessoas, do que propriamente para assistir uma performance com essa qualidade” e que saia profundamente emocionada.
Além das casas e apartamentos da Zona Sul à Zona Oeste, a Casa Viva de Bonsucesso, um abrigo para menores em rota de fuga da dependência química, também recebeu uma peça. O diretor Alexandre Damascena montou a performance “Tiro no Escuro” com seus alunos da oficina de teatro da Arena Jovelina Pérola Negra, da Pavuna. A performance, baseada no conto “Fábrica de Fazer Vilão” (Ferréz), discute a violência urbana em favelas e periferias, impressionando os expectadores e provocando uma boa conversa entre atores, diretor, equipe de funcionários da casa e os jovens moradores.

A MOSTRA COMPETITIVA

HT2015

Todas as cenas participantes da mostra se apresentaram na Arena Jovelina da Pavuna, no domingo (24), concorrendo aos prêmios de melhor cena e melhor interpretação. O público presente era variado, a maioria da própria vizinhança. “Faz uns vinte anos que eu não volto ao teatro. Eu ia muito, mas com trabalho e casa, trabalho e casa… Depois de vinte anos é a primeira vez que eu vejo novas peças”. Conta Helena Viana, moradora de Anchieta – bairro vizinho à Pavuna. Seu marido, Sérgio Costa, havia assistido no dia anterior “A Mulher Gigante” de Lia Lordelo, na casa de um amigo. Sérgio soube da Mostra Competitiva e levou a esposa para assistir.
“Senhor Palhaço” de Alexandre Hryhorczk e “Modesta Proposta Gourmet” de Marcelo Guerra com a direção de Zé Alex foram as premiadas como melhores cenas. Junior Vieira com “Tic Tac” e Lisa Vietra com “Calçolas” receberam o prêmio de melhores interpretações. “Calçolas é o meu trabalho mais querido e, na verdade, foi quando eu encontrei o meu lugar de artista no mundo… A camada política continua sendo a parte mais importante pra mim, porque eu sou uma idealista, mas foi muito significativo ter o meu trabalho de interpretação avaliado e referendado”, diz Liza Vietra sobre sua premiação.

** Aqui você pode conferir algumas fotos das mostras Cenas em Casa e Competitiva, e outras fotos na página do festival no facebook (facebook.com/festivalhometheatre).





Leave a Reply

Your email address will not be published. Required fields are marked *

You may use these HTML tags and attributes: <a href="" title=""> <abbr title=""> <acronym title=""> <b> <blockquote cite=""> <cite> <code> <del datetime=""> <em> <i> <q cite=""> <strike> <strong>



Home Theatre

Festival Internacional de Cenas em Casas. Abril e Maio de 2016.

HT2014: Confira como foi a segunda edição do festival

Entre os dias 15 e 25 de maio, diversos moradores da cidade do Rio de Janeiro receberam o teatro em suas casas para a...

HT2013: A linguagem e a vida são uma coisa só #2

Na última quarta-feira, 27 de março, dentro da programação do primeiro Home Theatre – Festival Internacional de Cenas em Casa, histórias de 18 jovens...

HT2015: Cenas em Casa – Atores e moradores de toda a cidade vivem o HT

Por quatro dias várias casas da cidade do Rio de Janeiro receberam peças curtas de teatro, na terceira edição do Home Theatre – Festival...