Maré de artes da Providência a Tijuca
Já imaginou assistir a uma cena de teatro em uma casa que resiste as remoções por conta das obras do Teleférico do Morro da Providência, no Centro do Rio? Pois esse sonho se tornou realidade para uma parcela de moradores daquela região, na noite da última quinta-feira (21), quando o Festival Home Theatre montou o seu picadeiro.
A dramaturgia apresentada foi “O cárcere de Maria Aragão”, da maranhense Maria Ethel, de 69 anos. A atriz que também é assistente social, e se formou em teatro aos 54 anos, conviveu com a líder comunista Maria José Camargo Aragão, e através do teatro, homenageia a amiga e símbolo de luta. Após a apresentação, moradores, atriz, diretora e equipe confraternizaram.
Além dessa montagem, o Home Theatre recebeu as cenas “A vida das palavras de Stela do Patrocínio”, também na Providencia, “Transviado”, do cearense Rodrigo Ferreira, na casa do ator performático Tetsuo Takita e “Trauma cha cha cha”, do paulista Limerson Morales, na casa de Pablo e Carlos Meijueiro, na Tijuca.
Já no Complexo da Maré rolou uma maratona de quatro cenas seguidas. “Mazela”, com o baiano Leandro Santolli, e as cariocas “Estátua”, com Fernanda Marques, “Curte ou compartilha”, com Camila Gamboa e Daivson Garcia, e “Sala de bate-papo”, com Ayres Filho e Francisco Salgado.
- A cena foi tão forte que tinha gente pulado. A gente está acostumado a ver essa realidade, mas não tão abertamente. Me amarrei na cena, e na ideia do Festival – comentou Claudecir Dantas, o Briba, após assistir a “Mazela”, na casa de Douglas F. Santos, da Vila dos Pinheiros.