Segunda noite da Mostra Homenagem
As águas de março voltaram a surpreender a produção do Festival Home Theatre, na noite de ontem (24). Após a montagem da estrutura de projeção e luz no quintal da editora Isabel Diegues, uma chuva tornou a cair no bairro do Horto, exatamente como no dia anterior, nas apresentações da “Mostra Homenagem”, na casa do escritor e colunista Francisco Bosco.
Com isso, as montagens de “Solano Trindade e suas negras poesias”, da Cia Capulanas (SP), e “O caso da vara”, da Cia do Invisível (RJ), foram transferidas para o interior do imóvel.
Após as encenações, os espectadores confraternizaram, e bateram um papo com a produção, e com os artistas.
- Eu fiquei muito comovida de receber vocês aqui. Tive vontade de chorar em vários momentos. Em 20 minutos, os dois grupos falaram de questões super pontuais – disse Isabel Diegues, completando que a ideia de circulação, e os modos de viver são fundamentais para criarmos uma identidade individual e coletiva.
O diretor da Cia do Invisível, Alexandre Damascena, comentou porque o grupo resolveu trabalhar com teatro em casa.
- Mais do que não ter teatro, o problema é que os moradores das periferias não frequentam esses espaços. Por isso nós resolvemos fazer arte na casa das pessoas. Nós queremos rediscutir os espaços, e entrar em cartaz em todas as casas – afirmou.
Para Marcus Faustini, idealizador do Primeiro Festival Internacional de Cenas em Casas do Rio de Janeiro, o gesto estético desse projeto, é o gesto da ação no território.
O ator e diretor Johayne Hildefonso, que estava na plateia, engrossou o caldo, e relatou que essa sempre foi uma das funções do teatro.
- Desde o princípio, a função do teatro é política. Chegou uma hora em que esqueci que não estava em um teatro. Fiquei muito dentro dos trabalhos – contou ele.